Abstract:
O conceito de violência obstétrica é amplo e engloba as mais
diversas facetas de violências que ocorrem no contexto da gestação, do
puerpério, do abortamento e mais frequentemente, durante o parto. Este
estudo trata de uma revisão integrativa de literatura que objetivou investigar a
violência obstétrica contra mulheres negras. Realizou-se levantamento de
artigos científicos nas bases de dados LILACS e SciELO, através dos
descritores: obstetrícia, racismo e violência contra mulher. Foram encontrados
um total de 51 artigos e selecionadas 9 publicações para a análise. Os autores
discorrem que a violência é mais presente na trajetória de mulheres não
brancas, especialmente as pobres, com baixa escolaridade, sem companheiro
e adolescentes. Alguns serviços de saúde as consideram sem condições para
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ter autonomia sobre seu próprio corpo e com menos sensibilidade à dor por
conta da cor da pele. Percebe-se que não há soluções rápidas sobre como
coibir a violência obstétrica específica contra mulheres negras, já que essa
problemática vem permeada por contextos históricos e culturais há muito
tempo arraigados na sociedade. Sugere-se que os profissionais reflitam sobre
essa problemática e que as mulheres, de modo geral, unam esforços para
fazer valer seus direitos e dignidade enquanto cidadãs, independentemente da
cor da pele.
Description:
A gravidez é um momento permeado de expectativas por muitas
gestantes e suas famílias. Porém, esse momento, que poderia ser somente de
alegrias, algumas vezes fica marcado por uma lembrança de dor e sofrimento
(ASSIS, 2018). Para a Organização Mundial da Saúde, toda mulher tem o
direito à saúde de qualidade e deve ser tratada com dignidade e respeito,
especialmente na hora do parto (OMS, 2014).