Abstract:
A proposta deste artigo é a de analisar a
utilização da entrevista na pesquisa jurídica brasileira,
refletindo assim também sobre a ciência, as técnicas, os
trabalhos acadêmicos (dissertações e teses) e os Programas
de Pós-Graduação em Direito (PPGDs) nos quais são
produzidos. Assim, buscamos verificar se ela tem se
mostrado útil para pensar e transformar o Direito. Para
tanto, realizamos pesquisa qualitativa, exploratória, com
coleta de informações no Banco de Teses e Dissertações da
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
Superior (CAPES). Partimos de 308 trabalhos acadêmicos
disponíveis entre os anos de 2013 e 2019 e aprofundamos a
análise de 48, disponibilizados em 2019. Identificamos o
tipo de entrevista, o número de entrevistados e de
perguntas e o tipo de instituição de ensino no qual foi
realizado o trabalho acadêmico. Assim, podemos afirmar
que o tipo de entrevista mais aplicado é o semiestruturado,
utilizado em trabalhos pertinentes a diversos ramos do
saber jurídico (inclusive em dogmáticos) e com
representatividade em Estados do norte ao sul do país.
Concluímos, então, que a entrevista se adequa à
perspectiva crítica, aproximando o Direito da realidade da
vida e que, mesmo sendo tão somente uma técnica, não
transformando o campo do Direito, ela auxilia a desvelar a
realidade e a aperfeiçoar a ciência do Direito.