Abstract:
Este trabalho explora a imaginação como ferramenta de resistência e transformação no
contexto das vivências LGBTQIAP+, com foco na subversão das normas cisheteronormativas
que moldam o gênero e a sexualidade. Partindo de uma perspectiva histórico-cultural baseada
na teoria de Vigotsky e dialogando com autores como Butler, Deleuze e Preciado, o estudo
investiga como a dissidência de gênero e sexualidade reconfigura as categorias impostas pelo
cis-tema e propõe novos imaginários para a existência. A análise perpassa a compreensão da
imaginação como um ato criador que transcende o concreto e permite a elaboração de novas
possibilidades de vida, enfatizando seu papel na constituição subjetiva e cultural. A arte e a
experiência são abordadas como espaços para a criação de linguagens e mundos plurais,
destacando produções artísticas dissidentes, como as de Linn da Quebrada e Caru Brandi, que
subvertem normas e expandem as fronteiras do possível. Neste sentido, o trabalho busca não
apenas questionar a naturalização de categorias como "homem" e "mulher", mas também
propor reflexões sobre como a imaginação pode contribuir para a construção de dinâmicas
mais inclusivas e diversas, desafiando a hegemonia das estruturas binárias e normativas.