O processo de trabalho do assistente social na ACADEF- Associação Canoense de Deficientes Físicos: desafios e possibilidades

Abstract

Este artigo apresenta o Trabalho de Conclusão de Curso/TCC em Bacharelado em Serviço Social que ocorreu na Universidade La Salle, no período de 2024. O presente trabalho analisa os processos de trabalho desenvolvidos pelas assistentes sociais no acolhimento e inserção dos usuários na ACADEF - Associação Canoense de Deficientes Físicos, uma organização do terceiro setor voltada para pessoas com deficiência. Ressaltando os desafios presentes, no que tange as questões estruturais e recursos institucionais, a questão das políticas públicas de assistência social na oferta de serviços e a complexidade presente na práxis do assistente no todo da instituição. Conforme Montaño (2017) enfatiza, “o terceiro setor ocupa um espaço que deveria ser do Estado, mas sem a infraestrutura adequada, o que impõe ao assistente social uma pressão adicional para suprir essa lacuna". Na ACADEF3, tal situação é acentuada pela dependência de financiamento externo e pela necessidade constante de adaptar recursos limitados às necessidades diversas dos usuários em acompanhamento. A discussão se estrutura em torno de uma questão norteadora: sobre os principais desafios que as assistentes sociais enfrentam ao acolher e atender os usuários da ACADEF, levando em conta a natureza do trabalho no terceiro setor. A metodologia utilizada para este trabalho é a de caráter descritivo, através do método de estudo de caso. Os instrumentos utilizados para a pesquisa foram baseados nos diários de campo, entrevistas, visitas domiciliares e de observação. O objetivo geral foi realizar a observação do trabalho das assistentes sociais na realização de suas atividades, os obstáculos encontrados no terceiro setor e as maneiras de enfrentamento aos quais eram utilizadas para driblar as mais diversas situações. Os principais resultados desta pesquisa apontam para a necessidade de ampliar o debate sobre os desafios e as possiblidades da oferta de serviços e a atuação do Assistente Social no terceiro setor, pois conforme Fuza (2015) observa, “o acolhimento adequado requer não apenas empatia, mas também estrutura e suporte contínuos, muitas vezes ausentes nas organizações do terceiro setor”. O presente artigo permite reflexões sobre a capacidade das

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entidades do terceiro setor, que impactam na qualidade dos atendimentos, considerando que a escassez de recursos e a falta de apoio institucional poderá comprometer os atendimento aos usuários e o processo de trabalho dos profissionais. Iamamoto (2018), nos traz que “a prática do assistente social é constantemente desafiada pelas limitações institucionais que inibem a transformação social”. Outro elemento importante neste debate são os convênios com as políticas públicas, em especial da Assistência Social, pois muitas vezes é o recurso prioritário da Instituição. Já Montaño (2017) sugere que “sem uma política pública efetiva de assistência, o assistente social encontra-se sobrecarregado, com poucos recursos para realizar um acolhimento digno e inclusivo”. Nesse contexto, os resultados desta pesquisa apontam para uma reflexão sobre a tercerização das responsabilidades do Estado para as Instituições do terceiro setor, o qual oferta atendimentos limitados devido a questão de recursos, que impacta diretamente na garantia de direitos sociais as pessoas com deficiência. Por fim, este artigo foi realizado com uma abordagem qualitativa, de caráter descritivo, através do método de estudo de caso sobre o Projeto de inclusão à cidadania (PIC), que oferece diversas atividades para pessoas com deficiências múltiplas e o projeto atualmente conta com vinte e seis usuários,além disso o estudo deste trabalho também contribuiu para a reflexão sobre o papel dos assistentes sociais em contextos desafiadores e sobre a necessidade de fortalecer as políticas públicas de assistência social, oferecendo subsídios para o desenvolvimento de práticas mais eficazes e inclusivas no terceiro setor.