Abstract:
No ano de 2020, o mundo se deparou com uma pandemia e o isolamento social foi necessário
em vários países do mundo. No Brasil, não foi diferente, porém, muitas escolas não tiveram
estrutura para a adaptação de aulas remotas. Um dos maiores desafios foi adaptar as aulas
para crianças de 3 a 6 anos que, além de estarem no processo de alfabetização, não
conseguem passar muito tempo na frente do computador. Com as escolas de idiomas, o
mesmo problema foi enfrentado. A grande questão era como manter o interesse e o contato
dos alunos pré-alfabetizados com a segunda língua (L2). Quanto tempo deveria durar a aula e
quanto de suporte os pais deveriam dar foram algumas de muitas perguntas que surgiram a
cada decisão tomada. Ao longo da adaptação, juntamente às aulas bem sucedidas, surgiu o
tema deste artigo: como ocorre a compreensão e produção oral de crianças pré-alfabetizadas
aprendizes de inglês como L2 através de aulas remotas. Com a gravação dos encontros
remotos individuais e em grupo, os dados coletados foram utilizados para analisar o
desenvolvimento da compreensão e da produção oral dos alunos em aulas remotas em
comparação ao desenvolvimento das mesmas habilidades nos encontros presenciais. Neste
estudo qualitativo, a coleta de dados mostrou que apesar do formato diferente de aula, os
alunos, em sua maioria, conseguiram manter um nível satisfatório de compreensão e
produção oral, comparado à sua performance nas mesmas habilidades nas aulas do ano
anterior feitas presencialmente. Os resultados também mostram que independentemente do
nível de conhecimento, a adaptação às aulas remotas depende da personalidade do aluno,
juntamente à metodologia correta. Portanto, em uma situação como a de 2020, conseguimos
obter bons resultados, e os alunos e responsáveis apresentaram um nível de satisfação
notável, apesar de preferirem as aulas presenciais e de os resultados de compreensão e
produção oral se mostrarem levemente superiores.