Abstract:
“A revolução dos bichos”, de George Orwell, é um romance satírico que faz
uma paródia da Revolução Russa. As representações dos animais como seres
humanos são tão inteligentes, que a obra acaba sendo, também, uma paródia de
qualquer sociedade humana, de forma atemporal. No enredo, o tirano porco Napoleão
comanda, soberano, uma granja que outrora foi comandada por seres humanos. Sem
qualquer tato para relações interpessoais e pouco afeito a discursos e comunicados
em público, passa essas tarefas para o porquinho Garganta, que é o oposto nesses
quesitos. Esta, passa a ser o porta-voz do líder da granja. Este artigo pretende
analisar o discurso do personagem Garganta através das teorias de Mikhail
Bakhtin(1990) e Michel Foucault(2006), apontando recursos e conceitos dos dois
teóricos nas falas do porquinho ao longo de toda a obra. Durante o desenrolar do
artigo, vou mostrando como o porco maneja as palavras, manipula e convence,
sempre utilizando do discurso como sua principal arma.