Abstract:
Este texto tem por objetivo oferecer uma análise da
cultura de estupro a partir do cognitivismo social, especialmente
pela abordagem dos mecanismos de desengajamento moral
desenvolvidos por Albert Bandura. Através dessa perspectiva,
visamos a debater, de forma crítica, as abordagens que explicam
a recorrência do estupro pelo prisma evolucionista, como a de
Steven Pinker. Nossa hipótese, desenvolvida ao longo do texto,
é que o estupro é um fenômeno de cunho social, consequência
da permissividade legal, linguística e cultural da violência contra
a mulher em contextos sociais marcados pelo machismo e pela
misoginia.