Abstract:
Neste artigo, pretendo demonstrar que, de fato, Mill está alinhado com Adam Smith
ao descrever o “livre-mercado de ideias” e que a descrição de um mecanismo de uma “mão
invisível” regulamentando as ideias mais ou menos adequadas “livremente” é coerente com a
argumentação apresentada por Mill, e com uma ideia de moderação de discurso. Para tanto,
irei alinhar minha leitura de Adam Smith com o resgate que Amartya Sen promove da ideia
de justiça e de empatia no trabalho de Smith, orientando a interpretação da ideia de livre
mercado e de liberdade de expressão a partir dos marcadores morais que Smith impõe para o
funcionamento de uma sociedade liberal, contrastando com a posição Milliana sobre a
moderação discursiva. Finalmente, apontarei para a necessidade de um marco regulador
político para a expressão de impressões morais - e que não seja tão dependente de um
paradigma racionalista e elitista como o que encontramos em John Stuart-Mill.