Os jovens e o funk na educação de jovens e adultos: (im)possibilidades de diálogo intercultural

Abstract

Esta dissertação apresenta uma pesquisa que tem como problema central quais as (im)possibilidades do diálogo intercultural entre o funk, como um componente da cultura juvenil, e a cultura escolar da Educação de Jovens e Adultos (EJA). Seu objetivo geral consiste em compreender as (im)possibilidades do diálogo intercultural entre o funk, como componente da cultura juvenil, e a cultura escolar da EJA, em uma escola situada na Região Metropolitana de Porto Alegre. A pesquisa está inserida na linha de pesquisa Culturas, Linguagens e Tecnologias na Educação e vincula-se ao Grupo de Pesquisa Cultura Contemporânea, Sociabilidades e Práticas Educativas (CNPq). O referencial teórico que deu suporte ao estudo foi selecionado a partir de autores que discorrem sobre EJA, juventudes, culturas juvenis, escolar e interculturalidade, destacando-se Carrano (2011), Martins (2011), Candau e Russo (2010), Walsh (2002; 2005; 2006), Soek (2009) e Julia (2001); no que compete ao funk e seus avanços históricos no Brasil, Vianna (1990), Dayrell (2002), Lopes e Facina (2012). O funk faz parte das vivências dos alunos e, por isso, busca-se o entendimento acerca da importância do diálogo intercultural entre a escola e as culturas juvenis. Do ponto de vista metodológico, trata-se de um estudo de caso desenvolvido numa perspectiva hermenêutica de análise. A revisão bibliográfica já empreendida possibilitou perceber que a juvenilização na Educação de Jovens e Adultos é uma realidade e uma preocupação de teóricos, bem como professores dessa modalidade nos dias atuais. Concebe-se a música, neste contexto, conforme ressalta Carrano e Martins (2011), como um elemento importante das culturas juvenis, que oportuniza aos jovens a participação e atuação efetiva na sua comunidade.