Narrativas de professores de ciências da natureza de uma escola do Amazonas sobre as (im)possibilidades de práticas pedagógicas interdisciplinares no ensino médio

Abstract

A presente pesquisa de mestrado apresenta a temática das narrativas de professores de ciências da natureza sobre as (im)possibilidades de práticas pedagógicas interdisciplinares no Ensino Médio em uma escola da rede estadual de ensino do Amazonas. Insere-se na Linha de Pesquisa Formação de Professores e Práticas Educativas do Programa de Pós-graduação em Educação da Universidade La Salle, por meio do Mestrado Interinstitucional (Minter) com Manaus/AM. O objetivo é analisar as narrativas dos professores que exercem a docência no Ensino Médio, na Escola Estadual Senador Manoel Severiano Nunes (Manaus-AM), em componentes curriculares da área de Ciências da Natureza, sobre as (im)possibilidades de práticas pedagógicas interdisciplinares neste contexto. A pesquisa, de abordagem qualitativa, se apresenta como um estudo de caso. A coleta de dados deu-se por meio de estudo documental e aplicação de questionário junto aos professores do campo empírico. A análise seguiu os preceitos de Cellard (2012) para o estudo documental e Bardin (2011) para os dados empíricos, a partir de dois eixos temáticos: as possibilidades de interdisciplinaridade a partir do entendimento dos professores sobre a Base Nacional Comum Curricular e a Proposta Curricular Pedagógica do Ensino Médio do Amazonas em suas práticas educativas no Novo Ensino Médio; e as dificuldades (impossibilidades) que os professores percebem para a concepção de práticas interdisciplinares. Os resultados apontam, como possibilidades, o protagonismo dos alunos a partir da BNCC, práticas pedagógicas mais dinâmicas, engajadas e participativas; BNCC incentivando e integrando os currículos; aprendizagem mais relevante, aplicável e significativa. No que diz respeito às impossibilidades (dificuldades), os professores apontaram impactos da BNCC nas práticas pedagógicas como: redução da carga horária, organização e distribuição dos conteúdos de forma descontínua, interdisciplinaridade sem estrutura e formação específica para tal, falta de recursos e de diálogo entre professores, barreiras estruturais e organizacionais. A análise documental mostra a alteração da carga horária anual, inclusão de novos componentes curriculares obrigatórios, (re)definição das áreas do conhecimento em Linguagens, Matemática, Ciências da Natureza e Ciências Humanas, componentes curriculares de forma integral e (co)relacionadas, e área das Ciências da Natureza em três blocos: Matéria e Energia, Vida e Evolução e Terra e Universo. No que tange ao cronograma de implementação, este ocorreu, no Amazonas (Portaria nº 521/2021, RCA-EM e PCP EM), entre 2022 e 2024, de forma gradual, mesmo que outra Portaria (nº 627/2023) tenha suspendido o cronograma que estava em curso. Pontuou-se, como fechamento, limitações que se fizeram presente ao longo da dissertação, como inconstâncias documentais surgentes (Portaria nº 627 e Lei nº 14.945) e a vigilância quanto a possíveis atualizações, tornando-se desafiador, tendo em vista o situar-se no processo (de implementação) e, ao mesmo tempo, pesquisando a tal respeito. Há incertezas que se mantiveram vivas no processo, visto que, a partir do ano de 2025, outro cronograma de implementação terá início. Por isso, nesta pesquisa, não esboçou-se conclusões, pelo contrário, fez-se uma breve pausa, pois é importante a sua continuidade, podendo-se trazer a perspectiva discente a respeito da temática.