Abstract:
Introdução: O afastamento do trabalho por motivos de saúde (absenteísmodoença) apresenta implicações desfavoráveis. No Brasil, são escassos os dados sobre o afastamento do trabalho no serviço público de técnicos administrativos universitários. Objetivos: Verificar se a diferença encontrada nas taxas de afastamento do trabalho por licença-saúde em dois setores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) está associada às variáveis psicossociais (qualidade de vida, estresse percebido e satisfação no trabalho). Métodos: Foi conduzido um estudo transversal, exploratório, com uma amostra de 87 técnicos administrativos, de ambos os sexos, com média de idade de 41,6 anos, lotados na Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas (PROGESP) e na PróReitoria de Planejamento (PROPLAN). Foram aplicados o questionário sociodemográfico, o questionário de qualidade de vida (WHOQOL-bref), a escala de estresse percebido (PSS14) e o questionário de satisfação no trabalho (S20/23). Resultados: A diferença nas taxas de absenteísmo-doença entre os setores estudados não apresentou associação estatisticamente significativa com a qualidade de vida global (p= 0,88), com o estresse percebido (p= 0,94) ou com a satisfação no trabalho global (p=0,07). Todavia, verificou-se uma relação inversa entre os níveis de estresse percebido com a qualidade de vida (ρ= -0,63 p<0,01) e com a satisfação no trabalho (ρ= -0,31 p<0,01). Conclusão: O estudo apoia o conceito de que o absenteísmo-doença é multifatorial e que, de acordo com a ocupação, pode apresentar diferentes variáveis de associação. Embora os fatores psicossociais não tenham apresentado associação com o absenteísmo-doença dos setores estudados, verificamos correlação entre os níveis de estresse elevados com a piora na qualidade de vida e na satisfação no trabalho – motivo que ensejou a criação do Produto Técnico desta dissertação.