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As doenças cardiovasculares têm sido consideradas um grande problema de saúde pública,
apontadas como responsáveis por um grande índice de agravos à saúde, levando à
mortalidade. Elas vêm causando grandes demandas e elevados custos na assistência médica
hospitalar. Diante disso, pretendeu-se neste estudo, identificar a prevalência de fatores de
risco coronariano em instrutores de tiro da Brigada Militar. A pesquisa foi de caráter
transversal. Os dados coletados foram obtidos da seguinte forma: entrevista estruturada,
avaliação hemodinâmica e mediante exames laboratoriais conforme a VI Diretriz Brasileira de
Hipertensão. Para análise dos dados, foram utilizadas planilha do Excel e análise estatística
foi desenvolvido por procedimentos descritivos (medidas de tendência central e dispersão) e o
teste não paramétrico de Spearmann, considerando-se o p<0,05, por meio do Programa SPSS
(Pacote Estatístico Para as Ciências Sociais) for Windows, versão 20. O grupo foi constituído
por 22 policiais militares instrutores de tiro, com predominância do sexo masculino, com uma
mediana de 41 anos de idade. Nas variáveis bioquímicas analisadas, o LDL estava alterado em
17 indivíduos (77,27%), sugerindo riscos à saúde destes. Considerando as variáveis
antropométricas, o Índice de Massa Corporal dos indivíduos analisados neste estudo, foi
possível verificar que 20 policiais (90,90%) estavam com elevada prevalência de sobrepeso, e
6 deles (27,27%) com obesidade Tipo Grau I. Nas variáveis hemodinâmicas e duplo produto,
pressão arterial de repouso, 9 instrutores (41,0%) apresentaram níveis pressóricos elevados.
No duplo produto, 19 do grupo investigado (86,36%), mostraram alteração nos valores
mensurados, assim acarretando sobrecarga do miocárdio. No nível de atividade física,
observou-se que 9 sujeitos (40,40%) eram insuficientemente ativos. Observou-se que apenas 2
sujeitos (9,09%) faziam uso de tabaco, e 15 (68,18%), faziam uso de álcool. Desta forma,
alia-se à possibilidade em desenvolver alguma doença, situações de fatores de riscos
modificáveis. No escore de Framingham foi constatado que três sujeitos (13,63%) estavam
com risco de desenvolver doença coronariana em de 10 anos. Nas correlações das variáveis
estudadas foi evidenciada uma associação significativa entre a quantidade de horas por dia
com o colesterol (p= 0,395), e uma forte associação na quantidade de horas por semana com
Escore Framingham (p= 0,014). Em síntese, no grupo avaliado, houve a prevalência dos
seguintes fatores de risco coronariano: Índice de Massa corporal 20 (90,9%), Duplo Produto
19 (86,4%), Low Density Lipoprotein 17 (77,3%), Álcool 15 (68,9%), Pressão Arterial
Sistêmica 9 (41,0%), Nível de Atividade Física 9 (41,0%). Os dados chamam à atenção por se
tratarem, principalmente, de profissionais da segurança pública, cujas funções de trabalho
requerem estar diuturnamente preparados para o atendimento do policiamento ostensivo. O
tema não se esgota aqui, razão pela qual se sugere futuros estudos de prevalência de fatores de
risco coronariano em outros policiais militares da corporação. |
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