Abstract:
O artigo discute sobre a reconstrução dos sentidos das tecnologias na educação,
para pensá-las de forma crítica no desenvolvimento profissional docente aliado
aos aportes da cultura digital. Este debate procura responder à demanda
crescente da invasão das tecnologias na educação, tendo presente as
dificuldades de problematização desse fenômeno, com vistas a elucidar as
contradições formativas do conhecimento tecnológico na leitura pedagógica,
eivada de práticas sociais de educar, mas que tende a supervalorizar a
tecnologia robotizando a conversação. Essa temática perpassa os estudos da
teoria crítica e da compreensão hermenêutica, mostrando que a apropriação das
tecnologias pela educação precisa ser questionada e desafiada, visto ser
necessário aprofundar o debate sobre por que a uniformização do ensino tende
a reproduzir a ideologia dominante, a dominação cultural e o empobrecimento
do pensar, os quais fragilizam as experiências formativas. Concluímos que é
imprescindível um olhar autocrítico frente à cultura hiperconectada e
desorientada, no sentido de compreender como os instrumentos culturais em
meio à realidade plural, para termos uma visão de totalidade de tais processos
sempre em (re)construção na educação. A perspectiva reconstrutiva das
tecnologias digitais na educação pressupõe que existe uma tradição da
investigação humana que pode nos aproximar e sustentar a liberdade, quando
nos possibilita atualizá-la para os processos contemporâneos, ou simplesmente
nos constranger tecnicamente a interpretações de modelos fixos.