Abstract:
Neste artigo tratamos da vida e obra de Carolina Maria de Jesus, tendo por base seus
escritos publicados. Objetivamos, nesse sentido, problematizar, a partir da obra da referida autora, os
reflexos da (des)colonialidade na construção das relações entre gênero e raça na sociedade brasileira.
O estudo encontra amparo teórico no campo da (des)colonialidade, em diálogo com a pedagogia
crítica e o feminismo. As análises reforçam o quanto a palavra escrita contribuiu com a densidade das
percepções de Carolina acerca dos distintos espaços; ao dizer a sua palavra, aprendeu também a
pensar a sua existência, aprendeu com a própria história em um contínuo refazer-se no ato da escrita.
Ressaltamos a escrita engajada, seu potencial de denúncia e de anúncio, sua contribuição para o
feminismo interseccional e, ainda, a relação indissociável entre feminismo e (des)colonialidade.