Abstract:
As condições de vida muito diversificadas nas sociedades tornam o
envelhecimento diferente e único nos diferentes contextos, alinhados nas experiências
e percepções de cada pessoa idosa, considerando a sua subjetividade, histórias de
vida, crenças e valores. O envelhecimento é um processo universal, parte do
desenvolvimento humano, que ocorre naturalmente. Portanto, o presente estudo teve
por objetivo comparar a satisfação com a vida entre três grupos distintos de idosos:
aqueles que vivem na comunidade, os institucionalizados e os participantes de um
programa de envelhecimento ativo. Além disso, como objetivo secundário, busca-se
explorar os fatores que estão associados a essa medida de bem-estar. Métodos:
Estudo transversal realizado no período de setembro de 2022 a maio de 2023. Foram
incluídos idosos com idade igual ou superior a 60 anos, que foram selecionados a
partir de três grupos distintos: participantes de um programa de envelhecimento ativo,
idosos institucionalizados e idosos da comunidade em geral. A coleta de dados incluiu
variáveis sociodemográficas, autoavaliação da saúde geral, tempo de exposição a
comportamentos sedentários, religiosidade intrínseca, esperança e isolamento social.
O desfecho primário foi satisfação com a vida. Resultados: Foram incluídos 305 idosos
no estudo, dos quais 115 (37,7%) eram participantes do programa de envelhecimento
ativo, 119 (39,0%) pertenciam à comunidade e 71 (23,3%) estavam
institucionalizados. Os idosos institucionalizados apresentaram idade mais avançada,
maior tempo de comportamento sedentário, menor nível educacional e pior percepção
de saúde em comparação com os idosos dos outros grupos. Na análise de regressão
linear múltipla, os fatores que mantiveram associação significativa com a satisfação
com a vida foram a esperança, o isolamento social e a autoavaliação de saúde.
Conclusão: Este estudo evidenciou que a esperança, o suporte social e a
autoavaliação de saúde são os principais determinantes da satisfação com a vida em
idosos. Contrariamente à nossa hipótese, o grupo ao qual o idoso pertencia, seja na
comunidade, no programa de envelhecimento ativo ou na instituição, não se mostrou
um fator determinante significativo. Essa constatação ressalta a necessidade de
adotar abordagens personalizadas e centradas na pessoa, que considerem as
necessidades e os recursos individuais de cada idoso, independentemente do grupo
ao qual pertençam.