Abstract:
Objetivo: Verificar a prevalência do risco de dependência ao exercício (DE) entre os
praticantes de CrossFit®. Além disso, os objetivos secundários incluem verificar a
prevalência de lesões entre os praticantes e investigar a possível associação entre o
risco de DE e a prevalência de lesões.
Materiais e Métodos: Estudo transversal realizado em uma cidade do sul do Brasil que
incluiu praticantes de CrossFit®. Dependência ao exercício foi avaliada através da
Exercise Dependence Scale-Revised (EDS-R). O desfecho primário deste estudo foi a
prevalência de risco de DE, enquanto o desfecho secundário foi a prevalência de lesões
associadas à prática de CrossFit®.
Resultados: Sessenta e quatro praticantes de CrossFit® foram incluídos na análise final
do estudo. A maioria dos participantes (n = 35; 54,7%) era do sexo feminino, com uma
prática média de CrossFit® de 36,0 (12,0 - 57,0) meses, e uma frequência semanal média
de 5,0 ± 1,1 dias. O escore total da EDS-R foi de 67,6 ± 14,7. Observou-se uma correlação
fraca entre o tempo de prática (r = 0,312, p = 0,012) e a frequência semanal (r = 0,442; p
< 0,001) de CrossFit® com os escores da EDS-R. Na avaliação categorial, constatou-se
que 25,0% (n = 16) dos participantes foram classificados como apresentando risco para
dependência de exercício, enquanto 60,9% (n = 39) foram considerados não
dependentes sintomáticos e 14,1% (n = 9) não demonstraram sintomas de dependência.
A prevalência de lesão entre os participantes foi de 32,8% (n = 21). Não houve associação
entre a prevalência de lesão e o risco de DE (p = 0,091).
Conclusão: Nós verificamos uma prevalência elevada de DE entre os praticantes de
CrossFit®. Aumentar a conscientização sobre o risco de desenvolver esse
comportamento patológico entre os praticantes pode contribuir para a detecção
precoce dos sintomas e a implementação de medidas preventivas e intervencionistas
adequadas.