Abstract:
Objetivo: Identificar os determinantes associados ao estado nutricional (EN) dos
alunos, com idade de 7 a 10, das escolas da rede pública estadual da cidade de
Porto Alegre/RS. Métodos: Estudo transversal realizado com 574 escolares,
selecionados aleatoriamente. Foram coletados dados sociodemográficos,
socioeconômicos, consumo alimentar, práticas de atividade física, hábito de assistir
televisão, uso do computador ou videogame e medidas antropométricas da massa
corporal, estatura e circunferência da cintura. O diagnóstico do estado nutricional
dos escolares foi definido a partir do Índice de Massa Corporal (IMC), segundo as
referências da Organização Mundial da Saúde (OMS), 2007. Foram realizadas
análises descritivas, de comparação conforme o estado nutricional e de regressão
de Poisson para avaliar fatores independentemente associados ao excesso de peso.
Resultados: A prevalência de excesso de peso foi de 37,1% para ambos os sexos,
sendo que a maioria dos sujeitos eram do sexo feminino (55,4%). Na análise
bivariada o excesso de peso não apresentou associação significativa com o sexo,
idade, classe social, hábito de comer assistindo televisão, prática de exercício físico
e consumo da merenda escolar. Entretanto demonstrou associação positiva com a
circunferência da cintura, baixo escore de atividade física, inatividade física de lazer,
assistir televisão e usar o computador ou videogame por quatro horas ou mais ao
dia, forma de deslocamento para escola, não tomar café da manhã, realizar maior
número de refeições ao dia e o consumo de alimentos não saudáveis, nas refeições
diárias. Na análise multivariada de regressão de Poisson foi possível identificar que
a circunferência da cintura, baixo escore de atividade física, não tomar café da
manhã, maior número de refeições diárias e ter um percentual de refeições com
alimentos não saudáveis acima de 50% das refeições totais do dia são preditores
(p<0,05) para o risco de sobrepeso e obesidade. Conclusão: O presente estudo
demonstrou elevada prevalência de excesso de peso na população investigada,
indicando a necessidade de ações de saúde, que visem elaborar estratégias de
prevenção do sobrepeso e da obesidade infantil e promover estilos de vida
saudáveis.