Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://hdl.handle.net/11690/2340
Autor(es): Ribeiro, Cristiele Magalhães
Título: Lições estrangeiras: a educação em outros países sob a ótica da Revista Veja [capitulo de livro]
Palavras-chave: Comunicação;Comunicação - Aspectos sociais;Comunicação e educação;Educação
Data do documento: 2021
Editor: Associação brasileira de pesquisadores e profissionais em educomunicação
Citação: RIBEIRO, C. M. Lições estrangeiras: a educação em outros países sob a ótica da Revista Veja. In: Ismar de Oliveira Soares; Claudemir Edson Viana. (Org.). Educomunicação: caminhos entre a pesquisa e a formação, no II Congresso Internacional de Comunicação e Educação. I ed.São Paulo: Associação Brasileira de Pesquisadores e Profissionais em Educomunicação, 2021, v. I, p. 1-450. Disponível em: https://abpeducom.org.br/publicacoes/index.php/portal/catalog/view/28/21/881-1. Acesso em: 30 nov. 2021
Resumo: Cada sociedade, dependendo dos seus determinantes culturais e históricos, possui um entendimento sobre qual é o papel do ensino e dos públicos diretamente com ele envolvidos. Em geral, a educação é considerada uma maneira de mudar significativamente e positivamente uma situação pré-existente, desenvolvendo pessoas para tornarem-se agentes de transformação. Na década de 60, no Brasil, Paulo Freire chamava de “educação bancária” a que era voltada para a oratória e atividades burocráticas, um indicativo, talvez, das intenções governamentais daquele período já que a escola, assim como a comunicação social, é um aparelho ideológico que favorece a existência de uma cultura hegemônica. O ensino deve superar a preparação do indivíduo para o mercado de trabalho, é necessário um processo de conscientização que gere o processo de questionamentos (SOARES, 1986). A metáfora de Paulo Freire, segundo Citelli (2000), revela conceitos de acumulação, reprodução e burocratização.Segundo Morin (2010, p. 18) “o conhecimento deve ser permanentemente revisitado e revisado pelo pensamento; o pensamento é, mais do que nunca, o capital mais precioso para o indivíduo e a sociedade”. Existe obscuridade no que se destina a esclarecer todas as coisas, há uma crise no conhecimento contemporâneo que está relacionada à crise do século XXI, para Morin (2015, p. 23), o conhecimento “comporta sombras, zonas cegas, buracos negros”. Esta pesquisa é fragmento da tese de doutorado em que analisamos as reportagens publicadas pela Revista Veja sobre educação no período entre 2003 e 2010. A escolha deste período deu-se porque, ao realizarmos um levantamento prévio de reportagens ao longo de um ano a cada quinquênio desde 1970 (a revista foi lançada em 1968), nele identificamos o ápice de publicações sobre o tema. Neste artigo realizaremos uma análise documental de, especificamente, seis reportagens que tiveram como foco o ensino em outros países (China, Coréia do Sul, Estados Unidos, Finlândia e Cingapura). Elas foram publicadas entre 2003 e 2008. Para tal, consideraremos os princípios recursivo, hologramático e dialógico, que, segundo Edgar Morin (2015), no livro O método 3: o conhecimento do conhecimento, estão inter-relacionados e são fundamentais no paradigma da complexidade. Considerando o princípio anel recursivo verificaremos se as reportagens analisadas relacionarão o desenvolvimento destes países à excelência de seu ensino ao passo que o ensino é resultado do desenvolvimento e da valorização a que é submetido pela sociedade e pela política em que está inserido. O produto (o ensino) é produtor do que o produz (o país). Por meio do princípio hologramático verificaremos como o modelo de ensino vigente e a pauta de governo sobre a educação destes países se sobrepõem, se conjugam, se relacionam e se separam, um revelando o outro. Por meio deste princípio também poderemos entender, sendo a educação um processo constituinte da construção de um cidadão e, por conseguinte, de uma sociedade, quais são as expectativas desta sociedade e de seus governantes (expressas em discursos e políticas públicas) sobre o processo educacional. Ao utilizarmos o princípio dialógico, verificaremos contradições relacionadas à imagem da educação, em especial entre os países citados nas reportagens e como elas possuem possibilidades de diálogos, mesmo que possam excluir-se mutuamente. Por meio destes três princípios, identificaremos como estas relações ocorrem no discurso da Revista Veja publicado no período em questão.
Aparece nas coleções:Capítulo de Livro (Processos Gerenciais)

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