Abstract:
A qualidade de vida, através de seu conceito, construtos e relações com diferentes
aspectos da vida, contribui para estudos científicos e permite mensurar as condições
de vida de sujeitos em ambiente de trabalho e fora dele. O estresse, como parte do
cotidiano do mundo moderno, experimenta uma estreita relação com a qualidade de
vida. Assim, este estudo objetivou analisar a percepção quanto à qualidade de vida
e estresse de gestores de uma Instituição de Ensino Superior (IES) pública do Rio
Grande do Sul. Para atingir a proposta, foram utilizados três instrumentos de coleta
de dados, sendo eles: questionário de dados sociodemográficos semiestruturado e
elaborado pela autora, o instrumento WHOQOL-Bref, para avaliar a qualidade de
vida e o Inventário de Sintomas de Stress para adultos de Lipp, ISSL, para avaliar o
nível de estresse. Trata-se de um estudo transversal, quantitativo, com participação
de 214 gestores, dentre os 380 detentores de função de Cargo de Direção (CD),
Função Gratificada 1 (FG1) e Função de Coordenação (FUC) da Instituição
estudada com atividades de gestão em dois campi (aqui denominados A e B), que
compõe a IES investigada, realizado de junho a outubro de 2017. A metodologia
seguiu os preceitos éticos e compreendeu análise estatística e descritiva, com
tabulação de dados utilizando SPSS 21, teste de normalidade Kolgomorov-Smirnov,
teste t de Student e teste ANOVA com bonferroni post hoc test. A análise
multivariável foi realizada com modelo em Regressão Linear Múltipla. Os resultados
evidenciaram que os domínios da qualidade de vida dos gestores estudados estão
em um patamar considerado bom. As variáveis que demonstraram ser fatores de
proteção à qualidade de vida dos gestores estudados foram a renda e a satisfação
como gestor. A satisfação como gestor demonstrou proteção em todos os domínios
e, ainda, na autoavaliação da qualidade de vida e qualidade de vida geral. Já a
renda demonstrou ser fator de proteção nos domínios psicológico e meio ambiente,
bem como na autoavaliação da qualidade de vida e qualidade de vida geral. As
variáveis presença de estresse e estar em acompanhamento de saúde
demonstraram ser fatores de risco à qualidade de vida. A presença de estresse
evidenciou risco em todos os domínios, assim como na autoavaliação da qualidade
de vida e qualidade de vida geral. Estar em acompanhamento de saúde revelou
risco na autoavaliação da qualidade dos indivíduos estudados. Entretanto, é
importante haver um reforço institucional, tendo em vista a presença de estresse em
36,4% dos participantes, como apoio a gestão e saúde dos mesmos. A partir deste
estudo foi desenvolvido um blog sobre qualidade de vida e gestão, como produto
social.