Abstract:
Esta tese é um estudo em memória social que trata do fazer artístico na trajetória de vida de
artistas com mais de 60 anos de idade. Foram realizadas entrevistas de profundidade com
quatro artistas mulheres, com o objetivo de compreender como a arte participa de suas vidas e
em que momento iniciou sua prática artística. O aporte teórico utilizado baseia-se nos
conceitos de Tempo livre, Envelhecimento e Artes plásticas. A análise dos resultados permitiu
dividir as entrevistas entre um par de artistas (Lorena Steiner e Vera Reichert) com cerca de
20 anos de atividades artísticas e que compartilham a ideia de que é preciso cuidar da família
tanto quanto investir na arte, e outro par de artistas (Clara Pechansky e Zoravia Bettiol) com
mais de 60 anos de experiência em Artes Plásticas e que exercem um importante papel de
transmissão da arte entre gerações. Em comum, as quatro entrevistadas passaram pela
Associação Chico Lisboa, trabalharam e respiram arte ao longo de uma parte importante de
suas vidas, acreditam na multiplicidade de técnicas e na descoberta de novos materiais,
reinventam suas maneiras de produzir e criar. E, sobretudo, todas se identificam como artistas,
através do reconhecimento do seu trabalho pelos pares, e rejeitam o termo “idosa” na
caracterização de suas identidades e na apresentação de suas trajetórias de vida.