Abstract:
Este trabalho teve objetivo de investigar o consumo de alimentos ultra processados,
pelos beneficiários do Programa Bolsa Família, pertencentes ao Centro de Referência
de Assistência Social (CRAS) do bairro Mathias Velho na cidade de Canoas/RS. Foi
realizado um estudo transversal onde questionários estruturados foram aplicados para
a coleta de dados sócio demográficos e antropométricos. O consumo alimentar foi
obtido por meio do recordatório alimentar de 24 horas e de frequência. O índice de
massa corporal (IMC) e circunferência da cintura (CC) foram classificados conforme
os percentis por sexo e idade. Foram avaliados 30 crianças e adolescentes, 53%
(n=16) acima de 11 anos, sendo 57% (n=17) do sexo feminino. Ocorreu predomínio
de 67% (n=20) de eutróficos e 34% fora da faixa de normalidade. Em relação a CC,
87% (n=26) encontram-se abaixo do Percentil 80. Quanto ao consumo alimentar os
maiores resultados foram em 93% (n=28) de consumo do grupo de biscoitos
recheados, doces ou guloseimas. Em relação a frequência de consumo o grupo 3
(bolachas, biscoitos doces ou recheados, doces, chocolates e balas) foi o mais
consumido, sendo 90% (n= 27). Apesar deste trabalho apresentar resultados de uma
pequena porção da população, os resultados têm características semelhantes a
outros estudos que relacionam baixa renda, baixa escolaridade com maior consumo
de alimentos ultra processados, bem como, um aumento de peso associado a este
consumo. Medidas educativas e preventivas aplicadas aos programas sociais devem
ser mantidas para a formação de hábitos alimentares saudáveis desde a infância,
além da criação de campanhas mais abrangentes e efetivas que estimulem o
consumo de frutas e hortaliças, considerando-se os fatores sociais, culturais e
comportamentais envolvidos com a alimentação.