Abstract:
Ancorados em bases hermenêuticas, o estudo versa sobre o método Montessori,
que surge no contexto sociocultural do século XIX e rompe com alguns perfis
relativos à educação, especialmente quando reclamados na contemporaneidade,
com o uso das tecnologias digitais nos processos de educar. Defende-se que o
autodesenvolvimento e a liberdade cooperativa da criança precisam repercutir no
ambiente escolar, no sentido de fomentar a abertura sensível e plural às tecnologias,
para que ela tenha garantido o desenvolvimento da inteligência cognitiva, emocional,
afetiva e de sociabilidade desvelada pelas expressões artísticas e linguagens
tecnológicas da formação humana. Os artefatos tecnológicos têm afetado as formas
de se comunicar, pensar, agir, cooperar, alterando comportamentos, hábitos, laços
de amizade e modos de conviver, transformando inclusive as formas como se
efetivam as aprendizagens e as relações humanas. Entendemos, portanto, que é por
meio da relação dialógica que se inicia o ato de ensinar e de aprender interativo,
participativo e de (re)elaboração própria, em que há o envolvimento e a motivação
para (re)conhecer interpretações diferentes, enquanto sujeitos de conhecimento,
cujos gestos repercutem na história singular e plural reconstruídos ao longo das
experiências culturais de interdependência no mundo.