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A diversidade cultural é um patrimônio comum da humanidade e integra o conjunto de
direitos civis, sociais e culturais, contudo, nem sempre é respeitada e valorizada. Ao
longo da história da humanidade, pessoas e grupos foram (e alguns continuam sendo)
exterminados e excluídos, marginalizados e desprovidos do mínimo necessário à
dignidade humana. Mesmo havendo dispositivos legais direcionados à promoção e à
proteção da diversidade cultural, a efetividade dos que preconizam tais dispositivos
exigem mecanismos que viabilizem, no cotidiano, aquilo que eles buscam assegurar.
Neste contexto, a educação ganha centralidade, pois é por meio dela que as pessoas
se humanizam e têm a possibilidade de contribuir para a construção de uma sociedade
mais justa, inclusiva e solidária. Por isso, o envolvimento em questões sobre
diversidade cultural motivou este estudo de caso, inserido na Linha de Pesquisa
Memória, Cultura e Identidade, do Programa de Pós-graduação em Memória Social e
Bens Culturais da Universidade La Salle - Unilasalle. A hipótese mobilizadora da tese
é a de que a efetividade da proteção e promoção da diversidade cultural, na
Universidade La Salle, requer a congruência entre o preconizado nos dispositivos
legais institucionais e seu modus operandi. O problema de investigação é o seguinte:
Como a Universidade La Salle contempla, em seus dispositivos legais, e efetiva, em
seu modus operandi, a proteção e a promoção da diversidade cultural? Articulado à
problemática investigativa, o objetivo geral consiste em: compreender, a partir dos
dispositivos legais e de narrativas de gestores que atuam na instituição, como esta
contempla a proteção e a promoção da diversidade cultural. Tomou-se como
referência, para o conceito de diversidade cultural, os pressupostos de Hanashiro;
Hanashiro e Godoy; Hanashiro e Carvalho; e Pereira e Hanashiro, bem como os
dispositivos difundidos pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a
Ciência e a Cultura (UNESCO). Considerando que o foco da investigação é a
diversidade cultural na Universidade La Salle, buscou-se aportes em Chauí para a
reflexão acerca da Universidade no contexto contemporâneo. No que se refere à
concepção acerca das instituições, recorreu-se ao estudo de Thiesen. Os dados,
coletados por meio da análise documental do Plano de Desenvolvimento Institucional
(PDI), do Projeto Pedagógico Institucional (PPI), do Código de Ética e Conduta da
Universidade La Salle e dos conteúdos presentes nas narrativas das entrevistas
individuais dos gestores foram categorizados com base na Técnica de Análise de
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Conteúdo, e interpretados à luz da abordagem analítica e interpretativa da
hermenêutica, apoiada em pressupostos de Michel Pollak sobre memória, identidade
e silêncio. Os achados, do estudo, sinalizam para a validação da tese postulada,
considerando-se que: a) constatou-se que a proteção e promoção da diversidade
cultural é uma orientação presente, especialmente, no Projeto Pedagógico
Institucional (PPI) e no Código de Ética e Conduta da Universidade La Salle; b) mesmo
havendo esta orientação e sendo os gestores a ela favoráveis, é necessário maior
aprofundamento do Projeto Pedagógico Institucional (PPI) e do Código de Ética e
Conduta da Universidade La Salle, considerando-se que os gestores parecem não ter
domínio pleno sobre tais dispositivos; e c) apesar de haver ações em curso, atinentes
à promoção e proteção da diversidade cultural, a sua efetividade na universidade
pressupõe a continuidade de tais ações e a proposição de outras, especialmente no
âmbito da formação continuada de todos os colaboradores que nela atuam. |
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