Abstract:
Introdução: Entre as manifestações do estado nutricional, a obesidade é considerada
um dos maiores desafios de saúde pública na atualidade. A pandemia de COVID-19 agravou
este cenário, elevando a incidência de excesso de peso em crianças em idade escolar. A
obesidade na infância tende a permanecer na vida adulta e está associada ao desenvolvimento
precoce de doenças crônicas não transmissíveis. Considerando que o aumento da obesidade
frequentemente tem sido associado ao consumo de alimentos ultraprocessados, a entrega
técnica desta pesquisa foi um modelo de educação alimentar e nutricional (EAN), baseado no
Guia Alimentar Brasileiro, para capacitação de professores, familiares e pré-escolares. O exíguo
conteúdo científico disponível até o momento, sobre o estado nutricional de pré-escolares
brasileiros durante a pandemia, tornou relevante a realização desta pesquisa. Objetivo Geral:
Verificar a associação entre o estado nutricional de pré-escolares matriculados na rede de
educação infantil do Sesc e o período de restrições para mitigação da COVID-19. Metodologia:
Coorte histórica com base em dados secundários coletados pré-pandemia e durante a pandemia
nas dependências das escolas do Sesc em todo Brasil. O diagnóstico nutricional foi feito a partir
dos valores de Z estatura para idade e Z IMC para idade. A amostra foi por conveniência e
contou com os dados de 799 pré-escolares. Resultados: Na comparação entre os períodos prépandemia e durante a pandemia, observou-se o agravo do estado nutricional, com significativa
redução da eutrofia e aumento significativo dos desvios nutricionais relacionados ao sobrepeso
e obesidade (p<0,001). Conclusão: Os achados corroboram publicações semelhantes em outros
países, que evidenciaram o agravo do estado nutricional de crianças durante a pandemia