Abstract:
Atualmente, 84,3% da população brasileira vivem em áreas urbanas, as quais representam
menos de 1% do território nacional. Estes dados, provenientes de um estudo publicado pela
EMBRAPA em 2017, refletem o panorama de concentração populacional em pequenas porções
do território, responsável por diversos problemas de ordem social e ambiental. A urbanização
modificou a forma de vida da população nas grandes cidades, especialmente no que tange à
interação com a natureza. As Áreas Verdes Urbanas (AVUs) representam a única forma de
contato com a natureza para grande parte da população citadina, o que reflete diretamente no
escasso conhecimento sobre a biodiversidade local entre pessoas tipicamente urbanas. A área
de estudo, o município de Canoas, situa-se na Região Metropolitana de Porto Alegre, RS, e é o
quarto município mais populosos do estado. Originalmente, as paisagens eram compostas por
banhados e campos com formações herbáceas, capões e florestas de galeria. Atualmente, os
remanescentes naturais estão bastante fragmentados e isolados, e a cidade não apresenta mais
zona rural. A partir desta problemática, buscou-se avaliar se as AVUs do município de Canoas
podem propiciar contato com a natureza e vivências significativas, de forma a contribuir para
o desenvolvimento do chamado “environmental care” e para a formação de cidadãos mais
conscientes do seu papel socioambiental. Para tanto, as 117 AVUs reconhecidas pela Prefeitura
Municipal de Canoas foram avaliadas quanto ao porte da vegetação, presença de estruturas
voltadas ao lazer e presença de fauna silvestre sinantrópica conspícua. Ainda, por meio de
questionários semi-estruturados, buscou-se compreender os usos e percepções acerca das AVUs
mais frequentadas. A partir disso, foi elaborada uma série de folders sobre a fauna urbana nativa
e um roteiro verde das AVUs de Canoas, direcionados à população canoense, em especial à
Educação Básica, buscando contribuir para a integração da comunidade com esses espaços.