Abstract:
Introdução: A educação física é disciplina obrigatória e considerada prazerosa na
visão da maioria dos alunos. Em mudanças constantes de uma linha mais tecnicista
para uma mais focada nas práticas esportivas, no lazer, na socialização e na busca
de uma vida mais saudável. Igualmente, mudanças de atitude dos alunos em relação
a essa disciplina tem sido observado: desinteresse e desmotivação são alguns
exemplos. Objetivo investigar evidência de associação entre a motivação e a aptidão
física para a prática de exercícios em alunos da EMEF Rio Grande do Sul na cidade
de Guaíba-RS. Metodologia: Os participantes do estudo foram os alunos praticantes
da Educação Física, com idades entre 11 a 15 anos, dos anos finais (6o ao 9o ano),
totalizando 418 alunos e destes 365 participaram, foram feitas a correlação entre os
níveis de motivação e os níveis de aptidão física. Para acessar motivação foi utilizado
o questionário PLOCQ (Perceived Locus Of Causality Cuestionario), escala idealizada
com base na Teoria da Autodeterminação. Na aptidão física foi utilizado a bateria de
testes do PROESP-BR, composta por 14 itens, distribuídos em 3 dimensões: saúde
cardiovascular, saúde musculoesquelética e desempenho esportivo. Nas análises
estatísticas primeiramente, foi avaliada a correlação entre o índice de
autodeterminação e as 9 variáveis relacionadas à aptidão física. Foram utilizados os
valores quantitativos de cada uma das nove variáveis para calcular a correlação de
Pearson. Igualmente, foi avaliada se existia diferença no índice de autodeterminação
entre as categorias de cada variável de aptidão física através de teste-t para variáveis
com duas categorias e análise de variância para variáveis com mais de duas
categorias. Resultados e discussão: após aplicado o teste de Pearson identificou-se
uma baixa correlação entre o índice de autodeterminação e os valores quantitativos
de cada uma das nove variáveis de aptidão física. A coleta de dados se deu tão logo
a volta dos alunos ao convívio escolar, afastados por quase dois anos devido à
pandemia de Covid 19. O retorno ocorreu de forma lenta e gradual, com muitas
incertezas e prevenções, como a exigência do uso de máscaras na educação física
mesmo em locais abertos, atendimentos constantes a alunos ansiosos e
emocionalmente abalados. Ainda assim as variáveis de índice de massa corporal
(IMC) e relação cintura estatura (RCE) tiveram diferenças significativas entre os
grupos de “zona saudável” e “zona de risco”, acreditando-se que mesmo em tempo
de pandemia com distanciamento social uma parte das famílias mantiveram os hábitos
alimentares regulares em contrapartida outra sentiram a falta da orientação da escola
e principalmente da alimentação escolar. No entanto, não foram observadas
diferenças nas variáveis de sentar e alcançar, abdominal, seis minutos, salto
horizontal, quadrado e 20 metros. Estes testes requerem o protagonismo do aluno,
provavelmente, a adaptação ao retorno às aulas práticas somados à obrigatoriedade
de uso obrigatório das máscaras tenham interferido nos resultados dos testes.