dc.description.abstract |
No Rio Grande do Sul a construção das linhas férreas teve início em 1872 com
o intuito de aumentar a segurança nas áreas de fronteira além de servir como
meio de transporte de pessoas e o escoamento da produção nas diferentes
regiões do Estado. No entanto tal crescimento não aconteceu da forma como
foi projetado devido à falta de políticas públicas relacionadas ao
desenvolvimento e manutenção das ferrovias. Aos poucos as ferrovias ficaram
obsoletas e o Estado brasileiro comandado na época pelo então Presidente da
República Juscelino Kubitschek pretendia impulsionar o desenvolvimento
econômico e industrial do país com o lema “50 anos em 5”, tendo como um de
seus pilares a indústria automotiva, fomentando o modal rodoviário e deixando
assim o modal ferroviário em segundo plano, reduzindo os investimentos e ou
recursos para manutenção de suas linhas. Após o período dos anos de 1960
com os investimentos e maior exploração do modal rodoviário, o transporte
ferroviário foi ficando ocioso, levando a uma reestruturação de finalidades de
utilização, como é o caso da Ferrovia do Vinho que passou a ser explorada para
fins turísticos. A partir da década de 1970, ainda sob a administração do Estado,
a Ferrovia do Vinho se transformou em uma linha turística. No entanto somente
nos anos de 1990, após a passagem da concessão para a iniciativa privada, a
mesma foi explorada com maior intensidade e divulgação ao turista. A ênfase
do passeio na ferrovia é um incentivo à preservação patrimonial e a cultura da
região, cultura que está ancorada na tradição e costumes dos italianos que
chegaram na região de Bento Gonçalves e constituíram sua identidade local.
Diante o exposto acima o problema desta tese é responder: através das
narrativas dos turistas usuários do atrativo, proprietários de estabelecimentos
comerciais e com a gestora da Ferrovia do Vinho, quais são as percepções
destes após a ativação da atividade turística para o desenvolvimento loca e a
divulgação da cultura italiana? Com isto, o objetivo geral deste trabalho é,
investigar e refletir a respeito das percepções quanto a ativação da Ferrovia do
Vinho para a divulgação da cultura italiana e o desenvolvimento local a partir das
narrativas dos turistas que usufruíram do atrativo, dos comerciantes locais
9
próximos a estação Férrea de Bento Gonçalves e a gestora da Ferrovia do
Vinho. Desta forma, para responder ao objetivo geral foram utilizados
documentos, imagens e uma entrevista semi-estruturada com os turistas que
usufruíram do passeio da Maria Fumaça, com os comerciantes locais de Bento
Gonçalves e com a gestora da Ferrovia do Vinho. Foi identificado, através dos
entrevistados que a cultura italiana está presente no atrativo e que este
equipamento de turismo contribui com o comércio e fomenta o desenvolvimento
local. Ainda de acordo com os entrevistados, existem novos projetos voltados
ao mesmo tema contribuindo para o crescimento da região através do turismo. |
pt_BR |