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Diante da inquietação relativa ao impacto abrupto da pandemia de COVID-19 e os diferentes
processos que instaura, surge o interesse em pesquisar as problemáticas enfrentadas pelos
museus brasileiros ao longo desse período, buscando observar de forma mais atenta como se
dão as diferentes apropriações digitais instauradas por esses espaços museais. No contexto
desta pesquisa, apropriação digital é utilizada para indicar soluções digitais que tenham sido
empregadas de forma original ou criativa, tendo sido ressignificadas pelos usuários, assim
como incidindo como incremento da participação social, da colaboração, da cooperação e da
coocriação. Na Tese, apropriações digitais foram mapeadas por meio da netnografia digital,
de forma preliminar, entre 2020 e 2022, de sete espaços: Museu do Amanhã, Museu Oscar
Niemeyer (MON), Fundação Iberê Camargo, Museu de Arte do Rio Grande do Sul (MARGS),
Museu Brasileiro da Escultura e Ecologia (MuBE), Museu da Pessoa e Museu Diários do
Isolamento (MuDI). A seguir, houve aprofundamento, realizado entre 2023, 2024; quando se
escolheu Museu do Amanhã e Fundação Iberê Camargo para entrevistas com seus
colaboradores, respectivamente, de forma sincrônica digital on line via Google Meet e de
forma presencial. A Tese desenvolvida na Linha Memória e Linguagens Culturais, tem como
objetivo geral compreender as apropriações digitais utilizadas pelo Museu do Amanhã e pela
Fundação Iberê Camargo, ao longo dos anos de 2020 a 2024, a partir das perspectivas de
gestores e colaboradores desses espaços museais e culturais. Tais aspectos dimensionam
possibilidades, compondo-se em panorama digital que foi ainda mais intensificado, em
tempos pandêmicos, em vista de que várias instituições estiveram muito tempo fechadas e
preocupadas em se utilizarem de ações digitais urgentes para estarem ativas e manter laços
com seu público ou estreitar laços e buscar novos públicos. Torna-se relevante compreender
como tais questões digitais e relativas aos desafios enfrentados por gestores e colaboradores
das instituições pesquisadas, entrelaçam-se com o fato de que a pandemia de COVID-19
significou o fechamento dos equipamentos culturais para visitação pública de forma
intempestiva, trazendo possíveis impactos à demanda do digital de forma contundente e
transformadora, intensificando processos de experimentação e ressignificação que impactaram
na rotina de trabalho e na vida pessoal desses entrevistados. As narrativas entrelaçadas ao
longo da Tese são falas vívidas, compartilhadas pelos colaboradores entrevistados,
contextualmente entrelaçadas com temas de relevância, trazendo originalidade e a memória
viva do que se passou nesse período pandêmico ao qual sobrevivemos. |
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