Abstract:
Este trabalho busca analisar a institucionalização da gestão na Vinícola Tonini, no
período compreendido entre os anos de 1950 a 2019, a partir da percepção dos
envolvidos no processo, evidenciando as competências gerenciais necessárias para
a sucessão do negócio, através das memorias da família. Diante desta problemática,
foi desenvolvida uma pesquisa exploratória descritiva sustentada por uma coleta de
dados que permeou a pesquisa documental, entrevistas narrativas e semiestruturadas e observação não participante, onde 1) foi contextualizada a trajetória
histórica da vinícola Tonini com relação a sua gestão, onde se pode constatar que
desde a sua fundação em 1980, a vinícola percorre um processo de transformação,
tanto no seu escopo de gestão (em relação às sociedades feitas e desconstituídas
entre irmãos, inserção de parentes próximos na administração e a própria inclusão
dos filhos na gestão) quanto na parte produtiva (inovações e adequações legais
exigidas pelo segmento); 2) identificadas as competências gerenciais necessárias ao
negócio da vinícola, as quais ganharam particular relevância à adaptação as
mudanças, a tomada de decisão, a negociação e relacionamento com o cliente, o
foco em resultado, planejamento, visão sistêmica e produção vitivinícola; 3) e por
fim, foi realizada a análise do processo de preparação dos sucessores a partir das
memórias de família, ficando evidenciado que não há um processo formal de
transmissão de competências para o desenvolvimento dos sucessores, sendo este,
ocorrido de forma tácita e por vezes, com base nas histórias vivenciadas pelo
fundador. Os resultados encontrados nesta pesquisa levaram o pesquisador à
construção de dois produtos técnicos: o primeiro referente à construção de um curso
de extensão sobre sucessão familiar no agronegócio, e o segundo relacionado à
criação de um guia de competências para a vinícola em questão.