Abstract:
Este estudo pretende relatar e analisar uma experiência com Musicalização Infantil
em atividades desenvolvidas durante o ano de 2019, além de estabelecer um
paralelo entre o pensamento de Mia Couto e as contribuições da cultura de
Moçambique na criação de espaços culturais junto a Escola Municipal de Educação
Básica Trindade e a Vila Pedreira, na cidade de Esteio-RS. Entrelaçando a música e
mobilizações sociais, promoveu-se o diálogo com o seguinte problema de pesquisa
voltado às vivências na área da educação e da psicologia: De que forma a memória
do trabalho pedagógico com percussão realizado no Centro Assistencial La Salle e
na Escola João XXIII, em Moçambique, pode se constituir em fio condutor para
realização de oficinas na Escola Municipal de Ensino Básico (EMEB Trindade), em
Esteio? O objetivo geral é criar espaço de aprendizagens com a comunidade
escolar da Escola Municipal de Ensino Básico Trindade, em Esteio-RS, a partir da
musicalização. Para isso, o trabalho estruturou-se a partir de uma metodologia
calcada na abordagem de pesquisa qualitativa com desenho metodológico estudo
de caso. O estudo aborda especificamente os efeitos de oficinas de percussão
realizadas junto a alunos da referida escola. Sua relação com a temática da questão
étnico-racial dá-se pela experiência de seu autor como voluntário em projetos sociais
e comunitários que a Universidade La Salle realiza em Beira/Moçambique e pelos
estudos da cultura afro-brasileira. Os autores, dentre outros utilizados para
fundamentação teórica deste trabalho, foram Maurice Halbwachs (2006), Aleida
Assmann (2011), Mia Couto (2003, 2011,2012), Paulo Freire (1967,1970,1995),
Pierre Nora (1993), Roland Barthes (1990), Walter Benjamin (2012), entre outros.
Além dos já citados, utilizamos como base de arte, educação e musicalização infantil
autores como: Alicia Maria Almeida Loureiro (2003), Maura Penna (2014) e R.
Murray Schafer (2009).