Abstract:
O presente artigo tem o objetivo de abordar o ensino de
História na Educação de Jovens e Adultos (EJA) a partir do preceito da
criticidade de Paulo Freire como ato inerente ao ensino. Para tanto, será
contextualizada essa modalidade no Brasil, assim como a disciplina de
História, tão relevante no desenvolvimento do senso crítico. Percebese que o estudante da EJA chega à escola com muitas expectativas, já
que desistiram várias vezes do ensino, até mesmo por anos. A EJA é o
reencontro com a escola, com o ato de estudar e buscar a cidadania, o
empoderamento e a contextualização do mundo. Além da criticidade,
a afetividade faz-se necessária para que esse retorno cumpra o objetivo
de acolhida. Para tanto, a Educação bancária não pode ser considerada,
havendo relações com a pedagogia do educador Paulo Freire, que, por meio de sua vasta obra, deixou diversas e importantes contribuições para
o ensino, especialmente ao de jovens e adultos que retornam ansiosos e
inseguros às salas de aula. Ademais, a História tem a chance de interagir
com as ideias e as práticas encontradas na obra desse educador. A análise
será a partir da experiência empírica em turmas de EJA e de teóricos
como Bloch (2001) e Hobsbawm (1998), que trabalham com a iniciação
teórica à ciência histórica, e pesquisadores-educadores como Gadotti
(2003), Moll (2011) e Andreola e Jung (2016). Portanto, percebe-se
que a referida disciplina cumpre seu papel de consciência de mundo,
emancipação e senso de cidadania aos estudantes. Todavia há muito o que
crescer em termos educacionais a fim de uma maior aproximação com o
método freiriano.