Abstract:
O objetivo deste artigo é investigar a evolução histórica da educação superior presencial e a
distância no país, com base nos censos da educação superior nas duas últimas décadas e
quanto ao número de cursos, matrículas, ingressantes e concluintes. Metodologicamente
fundamentamos este nosso estudo empírico na revisão de literatura e na análise de dados
secundários disponibilizados pelo governo federal. Para fundamentá-lo teoricamente
buscamos dialogar com alguns autores que discutem o contexto maior deste estudo e também
com os teóricos que problematizam as modalidades a Distância e Presencial de Educação e os
dados sobre os Censos da Educação Superior. Entre os resultados deste estudo, destacamos
ainda que as informações obtidas pelos Censos nos revelaram que as atuais políticas públicas
brasileiras são continuidade das existentes nas duas últimas décadas. Além disso, observamos
que, nesse período ou, mais precisamente, ao longo de toda década de 2000 e da primeira
metade da década de 2010 o país foi governado por políticos de centro-esquerda e que,
enquanto tal, buscaram incentivar e criar um conjunto de políticas públicas capazes de
reforçar e ou de implantar projetos educativos que valorizassem a cidadania, a participação e a
consolidação de um projeto democrático para o país. Porém, esse projeto de país começou a
ser questionado pela centro-direita, provocando assim um conjunto de contradições, por meio
de seu projeto de educação e de país neoliberal, e que, enquanto tal, tinha prevalecido, ao
longo de toda década de 1990 e na segunda metade da década de 2010.