Políticas educacionais voltadas para gênero e sexualidade: um estudo de narrativas em escolas de educação básica de Porto Alegre/RS

Abstract

Esta é uma pesquisa de cunho qualitativo elaborada como tese de Doutorado em Memória Social e Bens Culturais, linha de pesquisa Memória e Linguagens Culturais, na Universidade La Salle, Canoas, RS. Tem como objetivo investigar as memórias narrativas de professoras que atuam na Educação Básica em duas escolas municipais localizadas na cidade de Porto Alegre, no Estado do Rio Grande do Sul, referentes às memórias e aos relatos de suas práticas educacionais frente às políticas públicas envolvendo gênero e sexualidade, em seus cotidianos escolares e no combate a LGBTfobia. Por meio de entrevistas semiestruturadas com professoras do Ensino Fundamental da Educação Básica, de pesquisas documentais e de Análises Interpretativas, pretendeu-se compreender quais as ações foram implementadas na prática, na última década, com base nas políticas públicas, em suas escolas, voltadas para gênero e sexualidade e no combate a LGBTfobia, uma vez que ainda há enfrentamentos contra posicionamentos homofóbicos e sexistas, especialmente, durante o governo anterior (2019- 2022). Um dos objetivos específicos deste estudo é analisar projetos desenvolvidos no campo educacional que corroborem para uma prática mais inclusiva e menos discriminatória das relações de gênero e sexualidade. As políticas públicas promulgadas pelo Estado com o declarado desejo de proporcionar uma vida digna a sua população, em conformidade com os princípios dos Direitos Humanos, possuem papel primordial. Reunindo e analisando as experiências positivas e conflitantes na tentativa de atender à legislação e às políticas públicas que permeiam a construção de valores direcionados para a redução do sexismo, do preconceito de gênero, da homofobia e da heteronormatividade, foi possível concluir que as memórias coletivas das professoras denotam que as políticas públicas voltadas para a LGBTfobia nos espaços escolares ainda se mostram encobertas pelo desconhecimento, pois embora haja projetos voltados para inclusão, esses não possuem a temática das relações de gênero e sexualidade explícitas.