Abstract:
A formação continuada dos profissionais em educação moveu essa pesquisa, no
intuito de identificar se existe um itinerário para esta formação na Escola de Educação
Básica Engenheiro Sebastião Toledo dos Santos (Colegião), de Criciúma, Santa
Catarina, bem como se a cultura da paz está integrada ao mesmo. A pesquisa foi
realizada com profissionais em educação da escola por meio de formulário individual,
sem identificação explícita. A abordagem teórica parte de concepções relacionada à
cultura da paz, considerando o que a Organização das Nações Unidas expressa sobre
a mesma, culminando em uma definição abrangente da paz, bem como um elenco de
procedimentos que pode levar a humanidade a vivê-la, expresso na Carta da Terra.
Leonardo Boff, com suas produções, oferece elementos que convocam a humanidade
a assumir uma nova ética fundada no cuidado para com todos os seres, com o meio
ambiente, com a justiça social, inserindo tudo em uma atmosfera marcada pela
espiritualidade, em vista do que chama de amorização. A cultura da paz não pode ser
refletida sem contemplar o legado de Gandhii e a não violência, bem como uma
perspectiva atual apresentada por Rosenberg e a Comunicação não-violenta. Ao
abordar a memória como campo de estudo, que se constitui como um dos
fundamentos deste trabalho, os referenciais teóricos foram Maurice Halbwachs, Joel
Candau e Michel Pollak, com evidência em suas abordagens no que conceituam como
memória coletiva e a relação da mesma com a identidade. A formação continuada
está fundamentada nos aspectos legais e nos autores José Carlos Libâneo, com o
entendimento de que a formação continuada é vista como uma extensão e
aprofundamento da formação inicial e envolve a atualização e o aperfeiçoamento
profissional. Francisco Imbernón e a defesa de que a formação não deve ser algo
isolado ou desconectado da prática pedagógica, mas sim um processo contínuo e
integrado ao cotidiano docente. Vera Maria Candau reflete a ideia de que a formação
continuada não é acumulação de cursos, palestras e similares, mas um qualificativo
abrangente. Quando é possibilitado aos profissionais em educação a indicação de
abordagens para um itinerário formativo, um vasto campo de conteúdos emerge. No
entanto, para que a cultura da paz se torne uma realidade, são necessárias iniciação
e encorajamento daqueles com responsabilidade institucional. Um itinerário formativo
para os profissionais em educação contemplando a Cultura da Paz é possível, viável
e potencialmente transformador. Um blog é apresentado como um produto que pode
auxiliar no estabelecimento de referenciais para a formação abordando a cultura da
paz e pode ser um instrumento viável e eficaz
