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O presente estudo, desenvolvido junto ao Núcleo de Estudos sobre Tecnologias na
Educação - NETE/UNILASALLE/CNPq, de natureza qualitativa e de cunho teórico,
utiliza-se dos procedimentos de revisão de fontes bibliográficas e documentais para a
produção dos dados, e parte da seguinte problemática: de que forma tem se dado a
revitalização dos currículos dos cursos de pedagogia diante das exigências legais e
sociais, no que se refere às tecnologias digitais? Um dos desafios é o de compreender
as formas de reelaboração e corporificação das exigências curriculares, advindas das
Diretrizes do MEC/CNE de 2015, em um Projeto Pedagógico de Curso de Pedagogia.
Tais diretrizes enfatizam a necessidade de uma formação em que o professor seja
capaz de dar conta de forma competente das tecnologias para o aprimoramento da
prática pedagógica, além de sinalizar a necessidade de domínio das tecnologias para
o desenvolvimento dos processos de educar. Nesse horizonte de discussão e
inquietudes, examinamos, sob o olhar hermenêutico, os desdobramentos à formação
de professores pelos múltiplos atravessamentos em âmbito de reestruturação
curricular e dos reflexos das determinações legais nos cursos de Pedagogia, em
termos de uma formação humana e tecnológica dos professores em meio a cultura
digital. Trata-se de dar visibilidade aos contornos da Pedagogia em suas dimensões
políticas, éticas, estéticas e socioeducativas, no sentido de dialogar com as diferentes
experiências e instrumentos culturais de constituição dos cursos de formação de
professores, lançando luz às contradições enraizadas historicamente na constituição
dos cursos de Pedagogia no Brasil. Neste foco, traçamos o histórico das exigências
curriculares entre a formação de professores e a inclusão das tecnologias na
educação. Revisitamos, também, alguns dados históricos de implantação dos
programas governamentais voltados à inserção das tecnologias na educação
(EDUCOM, PRONINFE, PROINFO e PROUCA), com especial atenção à formação
dos professores. Os resultados indicam que as interlocuções realizadas entre as
diretrizes legais e os cursos de formação de professores remetem, por um lado, à
compreensão e a busca de um sentido da ação educativa para reconstruir o elo vital
com a formação pedagógica e as tradições culturais, contextualizando as intervenções
educativas a partir das novas transformações de época. O saber pedagógico e a
própria experiência com as tecnologias digitais gera inúmeras exigências
hermenêuticas, relações transformadoras e criadoras entre os sujeitos no mundo, uma
vez que pode haver diálogo e formação de novas compreensões linguísticas,
educativas e legais. Por outro lado, refletem-se inquietudes frente às complexas
transições entre o saber pedagógico e a emergência da virtualidade na formação de
professores, o que resulta, seguidamente, na integração apressada, simplificada e
instrumental das tecnologias digitais nos currículos, inviabilizando a (re)construção e
a atualização de práticas, currículos e metodologias que dialoguem com os diferentes
conhecimentos e contextos |
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