Abstract:
A pesquisa discute a cultura da infância em meio ao mundo digital, por meio de reflexões acerca
das tecnologias digitais, do corpo e do brincar infantil, a partir de um estudo das produções em
teses e dissertação do Brasil, e faz parte do Núcleo de Estudos sobre Tecnologias na Educação
(NETE/CNPq), do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade La Salle/RS. A
pesquisa é de natureza qualitativa e interdisciplinar, adotou-se a abordagem hermenêutica e de
uma revisão de literatura. Tais reflexões partem de importantes autores que se relacionam com
a discussão sobre educação, infância e tecnologia como Winnicott (1975), Türcke (2012),
Benjamin (2009), Adorno (1995), Corsaro (1997), Freire (1997) e Esteban Levin (2007). Tratase de pensar as conjecturas do contato precoce da infância com as satisfações imediatas das
tecnologias, os riscos psicoafetivos e sociais do mundo digital, em meio aos problemas da
virtualização do próprio tempo robotizado por máquinas de inteligência artificial, que
funcionam como próteses reflexivas à construção da subjetividade infantil e de seus
conhecimentos que precisam ser estimulados nos vínculos e relações humanas. A pesquisa gira
em torno das seguintes questões: De que maneira as tecnologias digitais repercutem no ato de
brincar infantil e impactam na saúde das crianças? Como podemos repensar as culturas da
infância frente às questões complexas do mundo digital em todas as instâncias da vida? Com
isso, o estudo mapeou as produções discentes de teses e dissertações, na Biblioteca Digital
Brasileira de Teses e Dissertações, no período de 2010 a 2020, que abordavam os estudos da
infância, do brincar e das tecnologias digitais, buscando compreender como esses trabalhos
associaram o brincar em discussões teóricas para pensar as problemáticas atuais. Estabeleceuse três eixos para pensar e interpretar os enfoques dos trabalhos coletados, a saber: 1. Relações
entre infância e mídias e o uso excessivo das telas; 2. Tecnologias digitais como uma forma de
empoderamento da infância; 3. Tecnologias digitais e os desafios à cultura da infância
contemporânea. Constatou-se como resultados, a escassez de estudos com a abordagem em
discussão no campo da educação e áreas afins, ainda, que há paradoxos, armadilhas e
esfacelamentos para os sentidos e tempos da infância via tecnopresença, que pode reduzir toda
diferença e as linguagens da infância a algoritmos, com riscos para a saúde e a percepção das
crianças.
Description:
Mapear as produções discentes de teses e dissertações, no período de 2010 a 2020, que
abordam os estudos da infância, do brincar e das tecnologias digitais, buscando compreender
como esses trabalhos associam o brincar em discussões teóricas para pensar as problemáticas
atuais.