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A presente pesquisa tem como objetivo compreender e sistematizar o
processo de formação continuada de professores vivido na experiência EM
rede e COM a rede, a partir da experimentação de um projeto de formação
desenvolvido com a Rede Municipal de Ensino de Canoas, construindo
conhecimentos pedagógicos situados sobre formação continuada de
professores. Ampara-se numa opção de caráter geoepistêmico, priorizando
o diálogo teórico desde autores da América Latina e, principalmente, do
Brasil. Explicita o entendimento acerca da necessária contextualização das
discussões, numa referência que toma por pressuposto o “desde onde se
fala”, atribuindo relevância no processo de articulação do fazer, pensar e
sistematizar. As opções teóricas e pesquisantes articulam-se às concepções
do fazer pesquisa implicada, de cunho decolonial, apostando no sentido de
uma (re)existência. A tese está organizada em três partes, sendo cada uma
composta por estudos autônomos. A primeira parte discute as relações
entre ciência, pesquisa, linguagens e fazeres como experiência na e com a
educação. A parte 2 coloca em diálogo as concepções de formação de
professores presentes na literatura com as concepções emergidas dos
dados empíricos produzidos no âmbito do Projeto Saberes em Diálogo, bem
como evidencia os principais elementos, lacunas, avanços e
tensionamentos destacados no campo da formação continuada de
professores nos contextos europeu e estadunidense. A parte 3 conta a
história do Projeto Saberes em Diálogo, a partir da vivência e do significado
junto a sujeitos profissionais históricos e concretos, apresentando,
analisando e avaliando reflexivamente os achados emergidos no/com o
Projeto, à luz da literatura no campo da formação de professores, em
interlocução com os conhecimentos produzidos pelos participantes.
Finalmente, apresenta uma síntese das aprendizagens que foram
experimentadas sobre formação continuada de professores na vivência do
Projeto Saberes em Diálogo, bem como os principais achados emergidos
dos estudos apresentados, trazendo reflexões que estão coadunadas com a
literatura no campo, bem como com aquilo que as vivências DA e COM a
experiência em formação de professores permitiu-nos construir. Dentre os
principais achados da pesquisa, destacaram-se: a decolonialidade como
uma escolha existencial; o pensar a pesquisa e a formação desde uma
aposta geopistêmica; a possibilidade de gerar e gestar o novo, mobilizado
pelas lacunas detectadas pela produção nacional e internacional na área;
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a importância do registro, sistematização e socialização dos processos
vivenciados como elementos de gestão e de pesquisa; a dissonância entre
os interesses e necessidades das gestões, dos governos e daqueles que
estão com o pé no chão da escola; o (des)comprometimento das gestões
com os processos pedagógicos e formativos; a realização de um trabalho
coletivo, colaborativo, amparado em pressupostos da horizontalidade e da
gestão democrática; a avaliação permanentemente dos processos
formativos desenvolvidos. |
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