Abstract:
A presente pesquisa foi desenvolvida junto ao programa de Pós-graduação em
Educação (PPGE), na Linha de Pesquisa - Linha 1- Formação de Professores. O tema
desta dissertação se atrela às questões relativas à sexualidade de estudantes público
alvo da Educação Especial, com vistas aos estudantes dos anos finais do ensino
fundamental, atendidos na Sala de Recursos Multifuncional (SRM). Para tanto
buscou-se, por meio de uma pesquisa qualitativa exploratória do tipo descritiva,
analisar como as professoras especialistas da Sala de Recursos da rede Municipal de
Sapucaia do Sul abordavam a temática sexualidade com estudantes público alvo da
Educação Especial, do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental. O universo pesquisado
abrangeu 24 das 30 escolas da rede pública municipal de Sapucaia do Sul/RS, haja
vista que seis escolas da rede pública municipal são de Educação Infantil. Sendo os
objetivos específicos: a) averiguar os manejos das manifestações relativas à
sexualidade presentes nas práticas do Atendimento Educacional Especializado; b)
investigar se as profissionais do AEE enfrentam impasses diante de questões relativas
à sexualidade dos estudantes e quais são suas intervenções nestas situações. A partir
disso, tem-se como questão problema: como as professoras especialistas, que atuam
na Sala de Recursos da rede pública municipal de Sapucaia do Sul, abordam a
temática sexualidade com as/os estudantes, público alvo da Educação Especial, do
6º ao 9º do Ensino Fundamental? Como instrumento para o levantamento de dados
optou-se pela realização de entrevista semi-estruturada com as professoras
especialistas para fins de análise de conteúdo, em Bardin (2016). Além disso, a
pesquisa tem seu suporte teórico alicerçado em Butler (2020), Louro (2000), Mantoan
(2003) e Silva (2007), assim como nas legislações brasileiras e internacionais nas
quais o Brasil é signatário. Os resultados finais apontam que as professoras do
Atendimento Educacional Especializado (AEE) abordam em suas práticas, as
temáticas relativas à sexualidade. Porém, a maior parte de suas abordagens ocorrem
de maneira higienista e superficial. Algumas professoras apresentam insegurança ao
abordar a temática sexualidade a partir de seus planejamentos, necessitando atrelar
suas abordagens às ações de outras/os profissionais. Algumas professoras também
compreendem que as famílias ou responsáveis devem estar articulados com a escola
para que haja intervenções relativas à temática sexualidade. Por outro lado,
evidenciou-se também que a intervenção das famílias nas questões alusivas à
sexualidade dentro do espaço escolar ocorrem por permissividade e falta de
protagonismo das/os profissionais da educação para tratar dessa temática.
Constatou-se ainda, que tais intervenções repercutem nas práticas docentes do AEE
e geram insegurança nessas profissionais quanto à temática sexualidade.