Abstract:
A presente pesquisa foi desenvolvida junto ao programa de Pós-Graduação em
Educação (PPGE), na Linha de pesquisa - Linha 1 - Formação de Professores, Teorias
e Práticas Educativas da Universidade La Salle e se delineia no campo da educação.
Tem como objetivo geral analisar se a formação continuada possibilita reflexões e
saberes, sobre os temas gênero e sexualidade, as/aos docentes das escolas de
educação infantil da rede pública municipal de Sapucaia do Sul/RS. Como objetivos
específicos propõem-se investigar empiricamente, nos calendários de formação
continuada no período de 2015 a 2019. Caso os temas gênero e sexualidade tenham
sido abordados nas formações continuadas das escolas de educação infantil, buscase averiguar se estas auxiliam as/os docentes na construção de projetos ou
abordagens pedagógicas sobre os temas: gênero e sexualidade no cotidiano escolar.
Para tanto, parte-se de uma pesquisa qualitativa, documental e exploratória com
aplicação de um questionário junto às professoras e aos professores da educação
infantil, totalizando quarenta participantes. Ancora-se no referencial teórico de autores
como: Butler (2018), Foucault (2019), Freire (1996), Freud (2015), Louro (2001),
Seffner (2016), Silva (2005), Scott (1995), Souza (2020) entre outros. Por meio da
análise documental obteve-se como resultado principal que, nos calendários
escolares de 2015-2019, os temas gênero e sexualidade não se faziam presentes nas
formações continuadas. No que se refere aos resultados do questionário, destaca-se
que as quatro escolas de educação infantil revelam forte necessidade de que essa
temática seja trabalhada com as/os profissionais na formação continuada. Logo urge
uma atenção nas formações continuadas sobre os temas gênero e sexualidade na
educação infantil e sua importância para o papel das/os docentes na des/construção
de seus significados e significantes. Também, é importante ressaltar a importância
desse tema para o desenvolvimento da criança e, ainda, para os discursos e práticas
pedagógicas das/os educadoras/es sobre os modelos fixos de masculinidades e
feminilidades. Infere-se, pois, que cada pessoa deva ser compreendida em sua
singularidade. Deste modo, cabe aos profissionais da educação os discursos e
práticas pedagógicas que concretizem o princípio constitucional da dignidade da
pessoa humana, os quais estão para além de interesses públicos e privados. Por fim,
fica evidente que a articulação entre pesquisa e referencial teórico é recomendada na
construção de novas formas de se pensar e fazer o processo de formação continuada
nas escolas de educação infantil da rede pública municipal de Sapucaia do Sul e que
possam privilegiar a diversidade, inclusão, gênero e sexualidade, como temas
inerentes ao desenvolvimento humano.