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Este trabalho está vinculado à Linha de Pesquisa “Culturas, Linguagens e Tecnologias
na Educação”, do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade La
Salle – UNILASALLE e conecta-se aos estudos desenvolvidos no âmbito do Grupo de
Pesquisa “Cultura Contemporânea, Sociabilidades e Práticas Educativas” (CNPq). A
pesquisa desenvolvida sustentou a tese segundo a qual, a experiência de ser privado
no reconhecimento mútuo, sob a forma de desrespeito, violação, maus-tratos e
rebaixamento pessoal, favorecem a emergência da violência e apatia entre os jovens,
como sintomas da cultura. Com isso, buscou-se explorar e desenvolver a hipótese
argumentativa de que a violência e apatia não são formas substanciais da identidade
juvenil, mas expressões de sua condição contingencial, as quais se relacionam
diretamente às condições culturais/ambientais, nas quais se dão as lutas por
reconhecimento, incluída a escola e seus atores. O objetivo geral da pesquisa
consistiu em compreender as expressões da luta por reconhecimento entre jovens no
Ensino Médio, considerando a apatia e a violência como fenômenos sintomáticos da
cultura, marcadores contingenciais das relações (inter)subjetivas no processo de
formação. Tratou-se de buscar responder, em linhas gerais, à seguinte indagação:
Como se dão as lutas por reconhecimento entre jovens no Ensino Médio, marcados
pelos signos da apatia e da violência enquanto sintomas da cultura, no processo
(inter)subjetivo de suas formações? O estudo ocorreu na articulação teórico-
metodológica da Teoria Crítica – especialmente a partir de Axel Honneth e sua teoria
da Luta por Reconhecimento – e a Hermenêutica Filosófica de Hans-Georg Gadamer,
além de uma atenção especial às formulações psicanalíticas de Donald Wood
Winnicott, recuperadas por Honneth no campo da teoria social. A sustentação
empírica da tese envolveu a realização de Grupos de Discussão com jovens
estudantes do terceiro ano do Ensino Médio de três escolas públicas da grande Porto
Alegre/RS. Nesse sentido, a pesquisa assumiu um compromisso ético e político que
implicou abrir o diálogo com os jovens, num esforço por oferecer-lhes a palavra e, com
eles, ressignificar o sentido estigmatizante de apáticos e violentos, signos pelos quais
são muitas vezes nomeados apressada e preconceituosamente. |
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