Abstract:
O estudo de caso, de abordagem qualitativa, objetivou problematizar os limites e as
possibilidades da utilização do livro didático, no ano de 2022, no processo de construção da
escrita dos alunos de uma turma de 1o ano do ensino fundamental de uma escola pertencente à
rede municipal de ensino de Canoas/RS, Brasil. A dissertação se insere na linha de pesquisa
Formação de professores, teorias e práticas educativas do Programa de Pós-Graduação em
Educação da Universidade La Salle (UNILASALLE). Como fontes de coleta de dados, foram
utilizados o diário de campo com os registros da pesquisadora, a análise da construção de escrita
dos alunos do 1o ano e os dois livros didáticos adotados. A análise de conteúdo elencou duas
categorias prévias: “limites do livro didático na construção da escrita” e “possibilidades do livro
didático na construção da escrita”. Com relação aos limites, observamos uma repetição de
modelagem desse artefato, que não condiz com as demandas relacionadas aos enfrentamentos
dos processos de alfabetização inicial, que atualmente exigem desprendimento de antigos
padrões e paradigmas, bem como, desvaloriza as necessidades da infância contemporânea para
o enfrentamento de uma nova forma de ser e de conviver em sociedade. Já no que concerne às
possibilidades, o livro didático pode nos conduzir ao conhecimento da história da criança para
que possamos compreender as suas demandas geracionais, fortalecendo seus vínculos com a
aprendizagem e mobilizando-a para uma imersão inédita a novos futuros. Dessa forma é
possível capacitá-la para que, conhecendo a evolução civilizatória e os saberes dos seus
antepassados, seja inserida e plenamente a dominar a sua própria língua e cultura, tornando-se
um cidadão proficiente e relevante na sociedade. Um outro achado foi identificado a partir dos
resultados: a proposição de um protocolo para a avaliação dos livros didáticos destinados às
crianças em fase de alfabetização que siga princípios mais condizentes com as novas gerações
e suas necessidades de ensino e aprendizagem. Podemos concluir, portanto, que o livro didático
para alfabetização na proposta de disrupção necessita levar em consideração as diferentes
nuances de alfabetização, as metodologias ativas, os ambientes colaborativos, as novas
tecnologias, o papel da criança e do professor, o currículo, o planejamento, o monitoramento
das evidências de aprendizagem, o registro entre outros.