Abstract:
A dissertação parte de inquietações acerca das ações e percepções que impactam a
presença ou não da democracia nas escolas. O trabalho investiga as produções de
teses, dissertações e artigos no Brasil, em relação às principais tendências e
tensões entre políticas educacionais e gestão democrática voltadas para uma
educação cidadã, participativa e comunicativa nas escolas brasileiras. A pesquisa
está vinculada à Linha de Pesquisa Culturas, Linguagens e Tecnologias na
Educação e faz parte do Núcleo de Estudos sobre Tecnologias na Educação
(NETE/CNPq). Enquadrada como uma pesquisa bibliográfica, de natureza qualitativa
e exploratória. Adotamos a abordagem hermenêutica para a revisão de literatura, no
sentido de compreender os caminhos adotados pelas pesquisas relacionadas ao
diagnóstico da realidade no cenário atual, para verificar as necessidades e
possibilidades rumo a uma escola democrática, aproximando-se do objetivo
idealizado pela sociedade. Para confrontar os dados com as análises da realidade
pesquisada, teremos como referenciais teóricos norteadores Paulo Freire, Jürgen
Habermas e Nancy Fraser. Entendemos que a educação é a motivação para
trabalharmos juntos a constituição do ser, em sua construção e participação
permeada por questões socioculturais. Essa constituição é interdependente do outro
e renovada pela linguagem, por discursos de políticas educacionais e de gestão
democrática impulsionada por e com os sujeitos dos espaços escolares, para que
seja possível abrigar a pluralidade do ser humano. Assim, levantamos dados para
realizar a leitura da realidade encontrada nesse cenário, cuja pergunta norteadora foi
de identificar quais são os discursos e ações diagnosticadas nas produções
científicas relacionadas que viabilizam ou impedem o exercício pleno da democracia
no ambiente escolar. Os resultados manifestam a tensão das vozes convergentes
para a construção da gestão democrática com sentido para quem elabora e participa
dos projetos das escolas, bem como para as dissonâncias, com o fortalecimento do
neoliberalismo assumido sob a tendência administrada, de ação impositiva, sem o
reconhecimento do marco situacional que é o contexto e pilar da gestão
democrática, do caminhar juntos, do trabalho dialógico e cooperativo na construção
participativa nas escolas.