Abstract:
A presente tese partiu de problemáticas da sala de aula e foi desenvolvida dentro
do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Lasalle. Entre
elas destacamos as constatações sobre o magistério e a sua feminização, muitas
vezes, a observação do não protagonismo docente, a cristalização de alguns
padrões cisheteronormativos nas mediações diárias na escola e os dados
estatísticos que demonstram que as mulheres, mesmo se qualificando mais,
ainda se mantém com salários mais baixos e pouca representatividade nos
espaços de liderança. Ao compreender os estudos de gênero e o quanto a
feminização do magistério deixou marcas profundas nos indagamos: de que
forma as marcas imaginárias e simbólicas sobre gênero e equidade de gênero
influenciam na intencionalidade pedagógica das/os docentes dos Anos Iniciais
de Sapucaia do Sul/RS? Utilizando uma pesquisa qualitativa exploratória
embasadas na epistemologia feminista ousamos em contruir esta pesquisa em
formato de artigos, que não só possibilitam as futuras publicações bem como
possibilitaram contemplar o percurso tão diverso desta tese: pandemia, docência
e enchente. Organizamos cinco artigos que contemplam os objetivos
específicos: compreender a legislação internacional bem como brasileira sobre
equidade de gênero; examinar as relações da feminização docente dos Anos
Iniciais; verificar como as/os docentes dos Anos Iniciais do Município de
Sapucaia do Sul se apropriaram dos aportes de gênero; problematizar o
imaginário das/os docentes dos Anos Iniciais do Município de Sapucaia do Sul
em relação a sua formação e atravessamentos históricos; propor perspectivas
para uma educação que vise a equidade de gênero nos Anos Iniciais da
Educação Fundamental. Como principais achados observamos que a
feminização do magistério ainda é vista como um ponto apenas superficialmente
numérico; o imaginário docente ainda é permeado das construções do projeto
de feminização como docilidade e local que contempla aspectos de idoneidade
moral; desconhecimento da teoria de gênero e associação negativa a termos
como “gênero”, “sexualidade” ainda mais voltadas à infância, uma paulatina
compreensão sobre a importância de proporcionar equidade nas práticas
pedagógicas. Apontamos para a importância de formações continuadas sobre
os estudos de gênero com sugestões práticas de mediações com
intencionalidade voltada à equidade de gênero desde a mais tenra idade.