Abstract:
Esta pesquisa, vinculada à linha de Gestão, Educação e Políticas Públicas do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade La Salle, justifica-se pela necessidade de compreender os desafios e as possibilidades de uma gestão democrática e participativa nas escolas do campo, em especial diante das especificidades socioculturais e estruturais do município de Itacoatiara/AM. O objetivo geral consistiu em analisar as concepções dos coordenadores pedagógicos sobre os desafios e perspectivas da gestão democrática e participativa em escolas do campo de Itacoatiara. Metodologicamente, a pesquisa caracteriza-se como um estudo de caso (Yin, 2001), com coleta de dados realizada por meio de questionário (Gil, 2002; 2019) e análise conduzida pela técnica de Análise de Conteúdo (Bardin, 2011). O referencial teórico fundamentou-se nos pressupostos de Lück (2006, 2009, 2017), Caldart (2004) e Libâneo (1994), além da análise de dispositivos legais como o Plano Municipal de Educação de Itacoatiara (2015), o Regimento Geral das Unidades de Ensino (2014) e os Programas Educacionais da Secretaria Municipal de Educação (2023a; 2023b; 2024). Os principais achados revelaram que, apesar das limitações estruturais, como dificuldades de acesso às escolas em períodos de seca e cheia, insuficiência de infraestrutura e carência de formações continuadas contextualizadas, os coordenadores pedagógicos identificam possibilidades de transformação por meio do fortalecimento da participação comunitária, da implementação de políticas educacionais adequadas e da valorização dos profissionais da educação. Destacouse, ainda, a importância de uma gestão que promova a coletividade, a inclusão e a aprendizagem significativa. Conclui-se que a gestão democrática e participativa nas escolas do campo de Itacoatiara/AM depende do engajamento dos sujeitos escolares e comunitários, da adequação de políticas públicas às especificidades locais e da superação de barreiras estruturais e formativas. A pesquisa reafirma a centralidade do coordenador pedagógico como mediador entre escola e comunidade, destacando sua capacidade de fomentar práticas colaborativas e transformadoras. Os resultados contribuem para o debate acadêmico e prático sobre a educação do campo, apontando caminhos para políticas educacionais mais justas e inclusivas.
