Abstract:
A pesquisa realizada tem cunho qualitativo, está voltada à Linha de Pesquisa
Formação de Professores, Teorias e Práticas Educativas, no âmbito de atuação do
Grupo de Pesquisa em Educação Intercultural (GPEI). Aborda os avanços
tecnológicos evidenciados na indústria nos últimos anos e seus impactos na
concepção, operação e gestão da produção. Considera a possibilidade de, com o
advento da Indústria 4.0, se estar no limiar da Quarta Revolução Industrial ou, pelo
menos, à frente de um novo paradigma técnico-econômico. Esse estudo analisa os
impactos desses avanços na demanda por perfis profissionais que possam vir a
atender esses novos requisitos do mundo do trabalho. Para tanto, procura
equacionar o seguinte problema: Como potencializar o desenvolvimento das
Competências Socioemocionais demandadas aos egressos do SENAI-RS no
contexto da Indústria 4.0 por meio da capacitação metodológica das equipes
pedagógicas? Para responder a essa questão, lança mão de um estudo de caso
com gestores educacionais, fazendo uso de questionário e grupo focal. Os
resultados foram analisados segundo a técnica de análise de conteúdo. A
fundamentação teórica foi baseada em Reuven Feuerstein (Teoria da
Modificabilidade Cognitiva Estrutural e Experiência de Aprendizagem Mediada),
Klaus Schwab (Quarta Revolução Industrial e a fusão dos mundos físico, digital e
biológico), Guy Le Boterf (Competência Coletiva e Navegação Profissional), Manuel
Castells (Cultura da Virtualidade Real e Tecnomeritocracia), Regina Cândida Führ
(Tecnopedagogia e Educação 4.0), Ricardo Antunes (Trabalho Digital e Indústria
4.0) e Marise Nogueira Ramos (Pedagogia das Competências). Da análise dos
dados produzidos para essa pesquisa, destaca-se o seguinte: a seleção das
Competências Socioemocionais mais demandadas pela Indústria 4.0; os diferentes
impactos da Indústria 4.0 nas profissões industriais e as tendências de expansão ou
de redução de oportunidades de trabalho em função do tipo de atividade e níveis de
responsabilidade e autonomia; o foco excessivo das ações das equipes pedagógicas
em conteúdos e competências técnicas (hard skills); a necessidade de se construir
uma postura crítica de Educação Profissional que venha a fomentar o
desenvolvimento de perfis profissionais mais alinhados às demandas por
Competências Socioemocionais (soft skills) decorrentes da Indústria 4.0 e à luz dos
princípios orientadores da metodologia preconizada pela instituição.