Abstract:
Este estudo está vinculado à linha de pesquisa Formação de Professores, Teorias e
Práticas Educativas do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade
La Salle. Tem como objetivo identificar as manifestações de violência e as violências
simbólicas que acometem alunas de 8o e 9o anos de uma escola pública municipal
da periferia de Canoas/RS. A abordagem teórica está embasada nos Estudos de
Gênero de Louro (2014), Silva (2022), Butler (2021) e hooks (2020). Como
referenciais teóricos para os conceitos de violências simbólicas e para a abordagem
do imaginário social das alunas serão usados, respectivamente, Bourdieu (2011) e
Castoriadis (1982). A pesquisa busca ainda compreender como as designações de
gênero corroboram as violências de gênero na escola, investigar como as
adolescentes percebem as violências simbólicas, verificar as consequências dessas
violências na vida das adolescentes e analisar como as relações entre os
marcadores de gênero, classe social ou raça respaldam as violências simbólicas
com meninas na escola. O público pesquisado são alunas de 8o e 9o anos. Como
procedimento metodológico, foram coletados dados por meio de um questionário
preliminar seguido de uma entrevista com base em um roteiro semiestruturado. Para
a análise dos dados, foi utilizada a análise de conteúdo proposta por Bardin (2011),
na qual, por meio das categorias elencadas evidenciou-se o quanto as adolescentes
convivem com as mais diversas violências, em especial as simbólicas. Os resultados
da pesquisa evidenciaram que as alunas são capazes de identificar esse fenômeno
de violência, estabelecendo conexões entre as manifestações de agressão e
questões de gênero de maneira interseccional. Além disso, ficou clara a influência
dessas formas de violência nas vidas das estudantes, o que destaca a necessidade
premente de promover um ambiente de diálogo e discussão sobre essas questões
no contexto escolar.