Abstract:
Esta dissertação objetiva refletir, através do diálogo com a ótica infantil pelo uso de
fotografias mediadas por educadoras da rede pública de ensino, acerca das
concepções, das práticas e processos político-pedagógicos do cotidiano da
educação infantil, na busca de pensar possibilidades outras de ser, estar, ver a/na
escola, desde uma perspectiva da descolonialidade e da construção de currículos
nesses espaços. Metodologicamente, a pesquisa de cunho qualitativo se sustenta a
partir das contribuições de Fals Borda (2003, 2015) sobre Investigação-Ação
Participativa, em consonância com os conceitos de pesquisador cambono, proposto
por Simas e Rufino (2019, 2020) e do fazer decolonial amparado por Ocaña, Lopez
(2018) e Ocaña, Lopez e Conedo (2018). A escrita se aprofunda nos estudos
descoloniais, fortalecidos a partir dos escritos e pesquisas de autores do Grupo
Modernidade/Colonialidade e na conceitualização de infâncias e discussão das
normativas e diretrizes curriculares vigentes, amparadas em Friedmann (2011,
2020), Kramer (2002, 2006, 2019) e Tiriba (2018). A partir dos processos
vivenciados de formação docente continuada e da análise de fotografias tiradas por
crianças dos espaços escolares por intermédio das educadoras, a pesquisa aponta
para aspectos da biofilia latente na constituição humana apontando o Princípio
Biométrico como uma possibilidade de regência das pedagogias; a interculturalidade
como possibilidade na construção de currículos descoloniais; do desemparedamento
urgente das infâncias como possibilidade também na constituição de posturas outras
para a construção de currículos no âmbito da Educação Infantil, numa postura de
estar com as crianças em seus cotidianos de modo atento e aberto.